Andrea Maciel
Jornalista
Sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Entrevista com Carol Chelly
Carol Chelly fez seu show de estreia no ano passado, no Teatro Fernanda Montenegro. A cantora lançou o CD Sem Amarras, independente com 13 composições, e no dia 30 fará show na Fnac. Confira o nosso bate papo:
hagah: Como foi a sua trajetória musical?
Carol Chelly: Eu já gostava de música, comecei com piano e passei para o teclado, com uns oito, nove anos. Me apaixonei pelo teclado, com todos aqueles efeitos que dava pra fazer! Tocava em festas de igreja, almoços, casamentos… Até que com uns 12 anos, mais ou menos, me interessei pela parte de composição e comecei a cantar também. Fiz aulas de técnica vocal e passei a cantar em eventos, casamentos, e mais velha, em barzinhos também.
Em 2001, gravei um demo e mandei para gravadoras, rádios, pra ver o que eles achavam do material. Uma de minhas músicas, Complemento, foi pano de fundo de um programa de domingo da Rádio Nacional, de Mandirituba. Consegui colocar para tocar algumas de minhas músicas em outras rádios também, principalmente rádios AM, que dão mais abertura. De lá para cá, andei me concentrando atrás de músicas para um CD completo, e daí surgiu o Sem Amarras.
h: Como foi o show de estréia?
Carol: O show de estréia foi bacana. Como é uma produção independente com músicas próprias, a gente teve que correr atrás de bastante coisa, do teatro, da data, dos custos… Na ocasião gravamos um DVD do show também, que será colocado no site em breve.
h: Além desse show na Fnac, tem planos para próximos shows?
Carol: Vou tocar no Rio de Janeiro em março, trabalhar com a divulgação do CD. Em Curitiba é difícil, tem pouco lugar para artistas desconhecidos, em São Paulo, no Rio, tem mais mercado. Aos poucos, espero ir conseguindo o meu espaço.
h: E o CD estará a venda quando?
Carol: O CD estará a venda no dia do show, e a partir do final de fevereiro na Fnac, Livrarias Curitiba, Arsenal do CD.
h: Tem uma música em sânscrito no seu CD. Como surgiu a idéia?
Carol: Essa música inclusive está concorrendo a trilha da novela Caminho das Índias. A música surgiu em conversas com o Felipe (produtor musical), em que falávamos que eu cantava só música romântica, e resolvi mudar, dar uma cara mais pop para o trabalho. Passei essa música para ele, que era pequena, parecia mais uma vinheta.
Eu estudei sânscrito há uns quatro anos, fiz um curso rapidinho no Templo Hare Krishna, que eu sempre frequentava. Com o que eu aprendi lá, escrevi a letra de Numa Estrada, que começa indiana e no meio fica eletrônica. Eu coloquei um pedaço da música no youtube, e teve tantos acessos – mais de três mil! – que acabei colocando a música inteira disponível.
h: Por que esse gosto especial por música romântica?
Carol: Talvez seja de referência… Minha mãe gostava de músicas da época dela, músicas nordestinas, músicas que minha avó (que é portuguesa) cantava, então acabou misturando tudo! Conforme fui ficando mais velha, fui gostando de Toquinho, Vinícius, e de música internacional, aquelas baladas românticas ou dançantes. Eu gosto de divas como a Celine Dion, essas coisas bregas (risos). Mais tarde veio o Michael Jackson e a Madonna, então eu acabei juntando o romântico com o pop novo que estava surgindo… E eu também sou uma pessoa muito romântica (risos).
Hoje eu gosto muito do Phil Collins, Elton John, no Brasil tem bastante coisa boa do Vinícius, Toquinho. Parece que antigamente as letras das músicas tinham mais significado, hoje eu sinto que falta um pouco de conteúdo. Eu acho que as letras precisam de alguma coisa mais aprofundada, para passar uma emoção e não ficar só no superficial.
h: Quais seus objetivos futuros?
Carol: Trabalhar em cima do CD, divulgar o CD e o show, ampliar meus horizontes, não ficar só no sul. E conseguir uma gravadora, porque apesar de hoje os trabalhos serem muito divulgados na internet, ainda se precisa desse suporte da gravadora para se lançar. Muita coisa ainda surge nas rádios, e é difícil ter esse acesso sem uma gravadora. Sem falar que para fechar shows também fica mais difícil sendo uma artista independente.
h: Tem algo mais que queira mencionar?
Carol: Só lembrar para irem assistir ao show dia 30 na Fnac, e dia 29 estaremos no programa Tempo de Viver, na Educativa, tocando ao vivo.